O Natal traz consigo as boas novas de grande alegria (Cf. Lucas 2.10), anunciando o nascimento do Salvador do mundo em Belém. A segunda Pessoa da Trindade, para redimir a humanidade, se encarnou, tornando-se homem. Após a grandiosa celebração da Ressurreição, a Festa do Nascimento torna-se a mais significativa do Ano da Igreja.
O Natal começou a ser observado e celebrado mais tarde em comparação com a Páscoa devido à incerteza quanto à data precisa do nascimento de Jesus. Durante a era em que Roma estava impregnada pelo paganismo, o dia 25 de dezembro era marcado pela celebração do “Deus-sol Invencível” (Natale Solis Invicti). Essa festa reconhecia tanto a morte da escuridão, quando o sol atingia seu ponto mais baixo, quanto o nascimento da luz, à medida que cada novo dia se prolongava.
Os cálculos aproximados de Hipólito, por volta de 220 d.C., estabeleceram 25 de março como a data da crucificação. Na antiguidade, saber a data exata de nascimento era incomum, mas o dia da morte, especialmente de pessoas importantes, era registrado.
No terceiro século, várias comunidades cristãs acreditavam que 25 de março correspondia à crucificação de Cristo, coincidindo com o equinócio da primavera. Além disso, esse dia marcava o primeiro dia do ano novo, pois muitos acreditavam que a criação do mundo havia começado nessa data, unindo assim a criação e a redenção. Com a suposição infundada de que a vida terrena de nosso Senhor deveria conter um número exato de anos, e através de cálculos, Hipólito designou 25 de dezembro como a data do Natal.
A primeira celebração oficial do Natal foi registrada em Roma no ano 336 d.C., quando os cristãos contrapuseram as festas pagãs com sua própria celebração, proclamando a verdadeira “luz do mundo”, conforme afirmado claramente no evangelho de João 8.12. A celebração do nascimento em 25 de dezembro não simboliza apenas a luz solar, mas o advento do “Sol da justiça”, que nascerá “trazendo salvação nas suas asas”, como profetizado por Malaquias 4.2.
Para os primeiros cristãos, a autenticidade da data não era a preocupação central. O foco residia na verdade teológica que permeava a prática. A encarnação e a expiação caminhavam lado a lado. O Natal e a Páscoa eram faces da mesma moeda: Jesus nasceu para morrer. Essa é a essência do ano litúrgico da igreja, onde o Natal, a Páscoa e a Anunciação convergem para este propósito maior.
O período de Natal começa com a celebração da Natividade de Nosso Senhor, sendo tradicionalmente marcado pela Véspera de Natal, em 24 de dezembro. A celebração continua com:
- Meia-noite de Natal;
- Aurora de Natal: Liturgia celebrada ao amanhecer do dia 25;
- Dia de Natal: Celebração principal da Natividade de Nosso Senhor, no dia 25 de dezembro.
Após o dia 25, o período de Natal continua com os domingos que seguem:
- Primeiro Domingo após o Natal, que ocorre entre os dias 26 de dezembro e 1º de janeiro.
- Segundo Domingo após o Natal (quando aplicável, dependendo da data do Epifania).
No contexto do Natal e de todo o seu período, a cor litúrgica predominante é o branco. Esta tonalidade carrega consigo significados, simbolizando divindade, eternidade, pureza, luz e alegria. É, portanto, a escolha mais apropriada para celebrar a encarnação do Deus que veio redimir a humanidade.
Rev. Filipe Schuambach Lopes
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