segunda-feira, 23 de junho de 2025

A fundação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) - O Pano de Fundo


Em alusão ao aniversário de 121 anos da IELB, celebrado neste dia 24 de junho
, queremos compartilhar com vocês um trecho especial do livro "Um grão de mostarda: a história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil", Volume 1, escrito por Mário L. Rehfeldt.

Neste primeiro post, nosso objetivo é apresentar o pano de fundo histórico e religioso que preparou o caminho para o surgimento da IELB. Ao compreendermos o contexto em que nossos antepassados viviam e os desafios enfrentados, conseguimos valorizar ainda mais a graça de Deus que sustentou essa semente de fé que cresceu e floresceu até os nossos dias


NO BRASIL
A legislação religiosa do Império

O Brasil se tornou independente de Portugal em 1822. A independência também trouxe mudanças na legislação religiosa. Enquanto o Brasil estava sob a dominação portuguesa, os cidadãos portugueses foram forçados a professar a religião do Estado, o Catolicismo Romano.[1] De acordo com o Artigo 5 da Constituição Imperial Brasileira de 1824, que governou o Brasil até 1889, a religião Católica Romana era a religião do Império. A existência de outras religiões era permitida de forma privada, em locais destinados para tal fim, sem formas exteriores que as caracterizasse como sendo igrejas.[2] Essa limitada tolerância religiosa não significava real liberdade religiosa para os protestantes. Na verdade, eles não podiam ser eleitos para diversos cargos políticos, como de deputado.[3] Mesmo assim, a tolerância religiosa imperial fez com que a imigração fosse mais atrativa para não-católicos do que em épocas anteriores.

A imigração alemã no Rio Grande do Sul no século 19
O novo imperador, D. Pedro I, estava interessado em promover a imigração alemã. Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Estado do Rio Grande do Sul em 25 de julho de 1824. Cerca de 4 mil alemães chegaram à mesma região nos cinco anos seguintes.[4] Grandes grupos continuaram a vir até que, na década de 1860, o governo da Prússia proibiu temporariamente a imigração para o Brasil. A maioria desses imigrantes eram protestantes.

Quando a ocupação da região de São Leopoldo estava completa, as colônias alemãs partiram em direção a Taquara, ao Norte; em direção ao centro do Estado, à região de Santa Cruz do Sul. Também nos anos 50, várias colônias alemãs foram estabelecidas no Sul do Estado, nas regiões de Pelotas e São Lourenço. Novos grupos de imigrantes e pessoas de outras colônias começaram a ocupar espaços nas regiões Norte e Nordeste por volta do final do século 19.[5]

Os maiores grupos de imigrantes alemães eram pomeranos, renanos da região da Renânia e teuto-russos.[6]

Condições econômicas
A abertura de novas áreas de colonização seguiu padrões similares durante o século 19. Quase todos os assentamentos foram em regiões de florestas montanhosas. Eles foram abertos à colonização pelos governos federal ou estadual, ou por companhias privadas.[7] Em todas as situações, estradas simples, conectadas por cruzamentos, precisavam primeiro ser abertas nas matas. Ao longo dessas estradas, as colônias[8] eram estabelecidas. Depois disso, os colonos chegavam com os seus poucos pertences, transportados nas costas ou no lombo de algum animal de carga: alguns machados, foices, facões, enxadas, utensílios de cozinha e um pouco de alimento. A etapa seguinte era a escolha de uma colônia, formada por uma área de cerca de 50 hectares. Feito isso, iniciava-se o duro trabalho de preparar o lugar para uma moradia simples e a formação de uma lavoura no meio da floresta semitropical. A vegetação era cortada, e as árvores derrubadas. O fogo limpava o solo. A terra estava pronta para o plantio.

Colonos alemães luteranos no Rio Grande do Sul

Se a seca chegasse ou se os gafanhotos comessem a plantação, montava-se o cenário para a tragédia. A morte por desnutrição ou fome não era muito incomum. Mas boa parte da terra era produtiva, e a maioria da plantação vingava. Os membros da família trabalhavam o ano todo, do amanhecer ao anoitecer.

Depois de alguns anos, já podiam ser vistos árvores frutíferas, algum gado, porcos, galinhas. Na maioria dos lugares, a fome não era mais uma ameaça.

Alguns colonos prosperaram e até ficaram ricos, mas a maioria não.[9] O dinheiro era escasso, quase que inexistente nas colônias. Ainda no final do século 19, um jornal preveniu: pessoas interessadas em deixar sua terra natal deveriam pensar duas vezes antes de fazê-lo. Nenhuma pessoa que trabalhasse duro sofreria de frio ou fome no Rio Grande do Sul, mas não encontraria lá muito mais do que sol e pão. Qualquer pessoa que pudesse permanecer na Alemanha deveria fazê-lo.¹[10]

Os principais produtos plantados nas colônias eram milho, feijão preto, cana-de-açúcar, mandioca, arroz e batata. A alimentação básica consistia em arroz e feijão preto.[11]

Típica propriedade de imigrantes em Erechim, RS.

Distúrbios políticos
Dificuldades econômicas não foram as únicas que os imigrantes e seus filhos tiveram de enfrentar. No século 19, o Brasil esteve envolvido em quatro guerras maiores, nas quais o Rio Grande do Sul — e, consequentemente, os imigrantes e seus descendentes — estavam diretamente envolvidos.

A primeira guerra foi a que envolveu a região da Cisplatina, de 1810 a 1828, quando o Brasil e a Argentina tentaram conquistar o que hoje é o Uruguai. A segunda guerra foi contra Rosas, de 1850 a 1852, envolvendo Brasil e Argentina. A terceira foi contra Aguirre, de 1864 a 1865, envolvendo o Brasil e o Uruguai. A última e a mais destrutiva foi a Guerra do Paraguai, de 1865 a 1870, na qual o Oeste do Rio Grande do Sul foi invadido, por um curto período de tempo, e na qual Brasil, Uruguai e Argentina derrotaram o ditador paraguaio Solano Lopez. Em todas essas guerras podiam ser encontrados, como soldados brasileiros, imigrantes ou seus filhos.[12]

Uma guerra interna e revoluções internas, contudo, causaram muito mais estragos nos setores econômicos, políticos, sociais, culturais e religiosos do Rio Grande do Sul do que guerras externas. A guerra civil, também chamada de Guerra dos Farrapos, durou dez anos, de 1835 a 1845. A então província de Rio Grande do Sul lutou, em condições precárias, contra o resto do Império Brasileiro durante dez anos, até que foi derrotada. Nessa guerra desastrosa, foi morto o homem que era, provavelmente, o único pastor evangélico ordenado no Estado naquela época. O pastor Friedrich C. Klingelhoeffer foi morto em 6 de novembro de 1838, perto de Triunfo, quando tropas imperiais se defrontaram com revolucionários.[13]

Mais tarde, um grupo de origem germânica formou uma seita religiosa. Nos anos de 1873 e 1874, o ataque contra essa seita, com ferro e fogo, ficou conhecido como a Revolta dos Muckers. Foi apenas um incidente local.[14]

Em 1889, um golpe de estado pacífico derrubou o império, e o Brasil se tornou uma república. Logo em seguida, uma revolução sangrenta aconteceu no Estado do Rio Grande do Sul. De 1893 a 1895, tropas sanguinárias e saqueadoras atravessaram o Estado em várias direções. A partir de então, até a virada do século, houve relativa paz e progresso.[15]


Situação moral e religiosa
O primeiro grupo de imigrantes, que chegou em 1824, trouxe junto um pastor, J. G. Ehlers, de Hamburgo [Alemanha]. Um ano mais tarde, chegou outro grupo, no qual veio junto Carlos L. Voges. Primeiro, ele se apresentou como sacristão; mais tarde, como pastor. Por essa época também chegou o pastor Friedrich C. Klingelhoeffer, que, provavelmente, era o único pastor ordenado entre os imigrantes.[16]

Esses pastores tinham vindo ao Brasil por conta própria. Nenhum foi enviado da Alemanha pela Igreja do Estado ou por uma sociedade missionária. A Igreja alemã não se importava com o destino da vida religiosa dos alemães na América do Sul.[17]

Os próprios imigrantes, em meio às suas dificuldades, fundaram igrejas e escolas paroquiais. Na maioria dos lugares, não havia pastores nem professores. Por isso, os imigrantes elegiam alguém deles como responsável pela vida espiritual do grupo. Alguns desses pastores “improvisados” trabalharam fielmente. A maioria deles não era qualificada para a responsabilidade do ministério pastoral e causou mais mal do que bem. Com o tempo, a indiferença religiosa cresceu, e quem cobrava menos por um casamento ou sepultamento era eleito pastor.[18] O primeiro pastor oficialmente enviado da Alemanha, Dr. Hermann Borchard, descreveu alguns desses pseudopastores em 1865:

Um deles é um mestre-escola da Alemanha, que é mal-afamado como alcoólatra e jogador; o outro um evadido sargento da Prússia, ao qual ninguém pode-se igualar no beber; o terceiro um dono de bar (cervejaria) de Porto Alegre, o qual reiteradas vezes foi à bancarrota, como não conseguia outro ramo de subsistência, tornou-se pastor; o quarto, um sujeito reconhecidamente mal-afamado, o qual não sabe ler e escrever; um outro, o qual não era tido como dos piores, era criado (servente) de um conde; um outro, ajudante de um agrimensor, e ainda um outro, segundo sua profissão, era alfaiate.[19]

Sob tal liderança espiritual, ou falta dela, a indiferença religiosa e uma visão de mundo materialista prevaleceram. O fato de que casamentos realizados diante de sacerdotes católico-romanos eram válidos, de acordo com a legislação imperial, favoreceu o rebaixamento dos padrões morais. Como casamentos realizados por um pastor protestante não eram reconhecidos pelos sacerdotes católicos, um homem podia ser casado por um pastor e, depois de algum tempo, deixar sua esposa e casar com uma outra mulher diante de um padre, sem dificuldade alguma.[20]

Na segunda metade do século, alguns pastores ordenados vieram da Alemanha e dos Estados Unidos para trabalhar em algumas paróquias isoladas. O primeiro deles foi o pastor J. P. C. Haesbaert.

O pastor Johann P. C. Haesbaert
Johann. P. C. Haesbaert foi pastor em Hamburgo Velho, Novo Hamburgo, RS, por 41 anos, a partir de 1845.

Johann. P. C. Haesbaert nasceu em Cleve, na região do Reno [Alemanha]. Aos 21 anos, emigrou para os Estados Unidos, onde estudou para se tornar pastor. Concluiu seus estudos teológicos em 1832, quando recebeu e aceitou chamado pastoral para trabalhar na congregação Saint Paul, de Baltimore,[21] onde ficou por 12 anos.

Quando o pastor Friedrich C. D. Wyneken, mais tarde um dos fundadores do Sínodo de Missouri, chegou aos Estados Unidos, em 1838, foi recebido na casa de Haesbaert. Eles se tornaram amigos íntimos.[22] 
Pastor Friedrich C. D. Wyneken, um dos fundadores do Sínodo de Missouri

Em 1843, Haesbaert se encontrou com o Dr. Wilhelm Sihler, que, tempos depois, escreveu em suas memórias: “Haesbaert me impressionou com sua seriedade e sinceridade.”[23]

Em 1844, Haesbaert declinou de seu trabalho em Baltimore e foi para Nova Orleans. Ainda procurando um clima mais ameno por causa de uma doença na garganta, ele veio ao Brasil em 1845 e assumiu o trabalho pastoral da congregação de Hamburghergberg, mais tarde chamada de Hamburgo Velho, à qual ele serviu fielmente durante 41 anos.[24]

Quando ele chegou, era o único pastor ordenado no Rio Grande do Sul, pois o pastor Klingelhoeffer já havia falecido.

Haesbaert também atendia a congregações vizinhas e visitou outras paróquias para ajudá-las a se organizar.

Ele faleceu em 1890, com 83 anos de idade.[25]

A formação de um sínodo unido
O embaixador da Prússia, von Eichmann, visitou as colônias alemãs em 1863.[26] As congregações de São Leopoldo lhe pediram que providenciasse um pastor ordenado, pois na época não tinham. Von Eichmann contatou o Evangelischer Oberkirchenrat em Berlim, que pediu ao pastor Dr. Hermann Borchard que aceitasse o chamado pastoral. Ele chegou a São Leopoldo depois de ter recebido uma promessa de apoio do Dr. Eabri de Barmen, o supervisor de missão, que fundou o Comitê para Protestantes Alemães no Brasil e estabeleceu contato com sociedades missionárias de Basiléia, Berlim e Crischona no sentido de fornecer missionários para o Brasil. Elas atenderam ao pedido e, nos anos seguintes, enviaram alguns jovens [pastores] para o Brasil.[27]

O Dr. Hermann Borchard tentou fundar um sínodo. Ele teve encontros com outros pastores em fevereiro de 1868 e, novamente, em junho de 1870. Em 1870, retornou à Alemanha e o sínodo deixou de existir.[28]

Em 1874, quando já havia 16 pastores ordenados no Rio Grande do Sul, o Dr. Wilhelm Rotermund assumiu o trabalho da congregação em São Leopoldo. Ele era um escritor prolixo e um líder capaz. Assumiu o Boten von São Leopoldo [Jornal de São Leopoldo], que, em 1880, se tornou o jornal Deutsche Post [Correio Alemão].

Rotermund convidou os pastores para um encontro nos dias 19 e 20 de maio de 1886. Nesse encontro, foi fundado o Sínodo Rio-Grandense.[29] Um dos fundadores, o pastor J. Brutschin, fez a proposta de que o Sínodo se confessasse como sendo um Sínodo Evangélico Luterano. Sua proposta não foi aceita, e o Sínodo passou a ter um caráter mais reformado do que luterano.[30]

Fundação, em 20.05.1886, do Sinodo Riograndense (hoje Igreja Evangélica Luterana de Confissão Luterana no Brasil IECLB) em São Leopoldo, RS. Sentado, ao centro, seu primeiro presidente (também fundador da Editora Sinodal), Dr. Wilhelm Rotermund.

O pastor Johann F. Brutschin
J. F. Brutschin, o pastor que havia erguido sua voz em defesa das Confissões Luteranas na fundação do Sínodo Rio-Grandense, nasceu em 20 de janeiro de 1842 em Dossenbach, perto de Loerrach in Baden, na Alemanha. Ele estudou Teologia no instituto missionário de Crischona, em Basiléia, Suíça, onde se formou em 1867. No mesmo ano, foi enviado ao Brasil pela Sociedade Evangélica de Barmen. O navio no qual estava vindo naufragou perto da costa do Rio Grande do Sul. Os passageiros que estavam no porão morreram.
Pastor Johann L. Brustschin, defensor do Luteranismo confessional nas congregações do Vale do Rio dos Sinos. 

A primeira atividade de Brutschin foi a de assistente ao Dr. Borchard, em São Leopoldo. Em 1868, ele se tornou pastor em Dois Irmãos, na época município de São Leopoldo, onde atuou como pastor até 1890. As congregações filiadas que atendia eram Picada dos Sueves, Picada Verão, do Herval e do Padre Eterno.[31]

Brutschin foi um dos fundadores do sínodo de existência breve, fundado por Dr. Borchard em 1868. Ele novamente teve participação ativa na fundação do Sínodo Rio-Grandense, em 1886.

Falando sobre a atuação dele em Dois Irmãos, o Dr. Borchard testificou que trabalhou com boa vontade e sucesso, sob a bênção de Deus.[32]

Em 1890, ele pediu demissão [da congregação de] Dois Irmãos e se mudou para Novo Hamburgo, onde construiu uma casa e iniciou uma escola particular. Foi nessa época, provavelmente, que ele deixou o Sínodo Rio-Grandense. Os reais motivos para essa atitude não são conhecidos. Provavelmente, ele não quis permanecer em um sínodo que não era de caráter luterano.[33]

Em 1891, a congregação de Estância Velha o chamou [para ser seu pastor]. Ele serviu à congregação, residindo em Novo Hamburgo. Em 1894, ele também começou a atender à congregação que se havia separado da congregação do Dr. Rotermund, em São Leopoldo.

Nos últimos anos de seu trabalho em Dois Irmãos, o pastor J. Brutschin ficou sabendo a respeito do trabalho do Sínodo de Missouri nos Estados Unidos. Um colega e amigo seu, de Crischona, o pastor Linsenmann, tinha ido aos Estados Unidos quando ele, Brutschin, tinha vindo para o Brasil. Nos Estados Unidos, Linsenmann se tornou membro do Sínodo de Missouri. Brutschin se correspondia com ele e, também, com o pastor Emil Buert, de Wayside, Wisconsin, EUA. Através desses pastores, Brutschin recebia o Der Lutheraner (O Luterano) e outras publicações do Sínodo de Missouri.[34] Em 1894, uma das cartas de Brutschin descrevendo a situação religiosa no Rio Grande do Sul foi publicada no Der Lutheraner.[35]

Desta casa, com a porta aberta (na - hoje av. Maurício Cardoso em Novo Hamburgo, RS), 'o pastor Brutschin se correspondia com o pastor Linsenmann.

Quando Brutschin decidiu voltar para a Alemanha por causa de sua saúde, resolveu deixar o cuidado de suas congregações para um pastor que fosse fiel às Confissões Luteranas. Por este motivo, enviou, em 1899, um pedido para o Departamento de Missão Interna do Sínodo de Missouri.[36] Nessa época, a legislação religiosa brasileira havia se modificado completamente.

A legislação religiosa na República
Nos anos de 1880, o movimento republicano se tornou mais forte no Brasil, especialmente entre oficiais das Forças Armadas. Alguns dos membros mais destacados desse movimento, como Benjamin Constant, eram positivistas, seguidores do Systema de Philosophia Positiva. Completa separação entre Igreja e Estado, completa liberdade de pensamento e liberdade religiosa eram partes integrantes do seu programa político.[37]

Em 15 de novembro de 1889, o Império foi derrubado, e a República foi proclamada. Uma das primeiras ações do governo provisório, que governou o Brasil de 15 de novembro de 1889 a 25 de fevereiro de 1891, foi o decreto número 119A, concernente à religião, de 7 de janeiro de 1890, o qual determinou completa liberdade religiosa. O decreto proibia autoridades federais ou estaduais de criar leis, regulamentos ou medidas administrativas para estabelecer ou proibir qualquer denominação religiosa. As autoridades também eram proibidas de estabelecer quaisquer distinções entre a população ou de empreender ações bancadas por fundos públicos com base em opiniões ou crenças filosóficas ou religiosas. Os administradores públicos também eram proibidos de interferir, de qualquer forma, na formação de sociedades religiosas. Foi declarado ilegal incitar dissensão religiosa entre o povo. As sociedades religiosas tiveram garantidos a personalidade jurídica e o direito de adquirir propriedade.[38]

A Constituição Republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, manteve os princípios de liberdade religiosa do decreto de 7 de janeiro de 1890.[39] O Artigo 22, seção 3 da Constituição diz que:

Todas as pessoas e confissões religiosas podem exercer seu modo de culto pública e livremente, formando, para este fim, associações e adquirindo propriedade, sempre de acordo com a observação da lei comum.[40]

Esses princípios de liberdade religiosa foram repetidos nas constituições republicanas subsequentes. H. G. James está correto em sua avaliação:

É seguro dizer que não existe nenhum outro país no mundo onde a fé católico-romana é a que prevalece, e existe uma separação mais completa entre Igreja e Estado ou onde existe uma maior liberdade de consciência ou de culto.[41]

Esse foi o tipo de liberdade religiosa que o pastor Christian F. Broders, o primeiro missionário do Sínodo de Missouri no Brasil, encontrou no país quando chegou em 1900. A liberdade religiosa foi mantida durante os primeiros cinquenta anos do trabalho do Sínodo no Brasil.

NOS ESTADOS UNIDOS
O espírito missionário do Sínodo de Missouri

Durante o primeiro meio século de sua existência, o Sínodo de Missouri tinha tanto trabalho nos Estados Unidos, especialmente entre as crescentes ondas de imigrantes luteranos alemães, que não era capaz de realizar muitas atividades missionárias em outros países. Enquanto o Dr. Heinrich Christian Schwan era o presidente do Sínodo de Missouri, as missões que mereceram maior atenção foram entre os imigrantes alemães ao Oeste do rio Mississippi, entre marinheiros, entre os judeus, entre os negros da Conferência Sinodal e entre as pessoas de outras línguas dentro dos Estados Unidos.[42] Apesar disso, o Sínodo de Missouri deu apoio financeiro para sociedades missionárias luteranas europeias, especialmente as sociedades de Leipzig e Hermansburg.[43]

No final do século 19, o espírito missionário do Sínodo de Missouri começou a se tornar mais forte, e o desejo de abrir uma frente missionária no exterior foi manifestado. Na Convenção Sinodal de 1893, realizada em Saint Louis, uma resolução foi aprovada no sentido de se iniciar o trabalho missionário no Japão. Certas circunstâncias levaram os dirigentes sinodais a mudar o campo missionário do Japão para a Índia, onde os primeiros missionários do Sínodo de Missouri iniciaram o trabalho em 1895.[44]

Preocupação com a situação na América do Sul
Também nessa época, a atenção de membros influentes do Sínodo de Missouri começou a ser dirigida para a América do Sul, onde, somente no Sul do Brasil, centenas de milhares de imigrantes alemães e seus descendentes, um grande número deles de orientação religiosa luterana, viviam sem cuidado espiritual adequado.[45] O fato de que apenas um Sínodo Unido e nenhum Sínodo Luterano atuava entre eles foi lamentado.[46] Grande satisfação foi demonstrada quando também os luteranos Gotteskasten [Caixa de Deus], da Alemanha, enviaram um missionário para Santa Catarina.[47]

O Dr. Ludwig Fuerbringer[48] foi quem mais se preocupou com a situação dos imigrantes luteranos alemães na América do Sul. Várias vezes, ele escreveu sobre as condições religiosas dos imigrantes no periódico Der Lutheraner.

No final da década de 1890, aconteceu uma mudança de atitude em relação às condições dos imigrantes luteranos alemães no Sul do Brasil. Em lugar de uma postura de gratidão, porque nos Estados Unidos as coisas não eram tão difíceis como no Brasil, começou a surgir um forte senso de preocupação e um sentimento de responsabilidade em relação aos luteranos brasileiros.

Também a revista The Lutheran Witness mostrou preocupação com as condições religiosas dos imigrantes alemães no Brasil.[49]

À medida que o século 19 chegava ao fim, aumentava esse senso de obrigação em relação aos irmãos de fé em condições espirituais precárias.[50]

Finalmente, a sugestão de que deveria ser iniciado, pelo Sínodo de Missouri, o trabalho missionário na América do Sul foi levada à Convenção Sinodal de 1899.

A Convenção Sinodal de 1899
Igreja da Santa Cruz, em Saint Louis, Missouri, EUA, onde em Convenção Nacional, em 1899 foi decido iniciar a Missão na América do Sul.

Em abril de 1899, a nona Convenção de Delegados do Sínodo de Missouri se reuniu na Congregação Holy Cross, em Saint Louis, Missouri. O presidente do Sínodo, cujo mandato estava terminando, era o Dr. Heinrich Christian Schwan, que, de 1844 a 1850, tinha estado no Brasil e trabalhado como professor de uma família alemã em Leopoldina, perto de Caravelas, na Bahia. É dito que uma das razões pelas quais o Sínodo de Missouri não enviou missionários ao Brasil antes de 1900 foi porque Schwan era contra, pois considerava o país um campo missionário sem perspectiva por causa do insucesso que teve.[51] Também é dito que, quando duas moções, uma do pastor R. Kretschmar, presidente do Distrito de Saint Louis [EUA], e outra de um pastor que anteriormente havia servido a uma congregação no Rio Grande do Sul, foram apresentadas, no sentido de que o Sínodo iniciasse um trabalho missionário no Brasil, o Dr. Schwan se manifestou contra na discussão que aconteceu e sua opinião foi derrotada.[52]

Depois da discussão sobre a situação religiosa dos imigrantes no Brasil, na qual fatos pertinentes à situação espiritual foram revelados,[53] a Convenção resolveu iniciar o trabalho na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina. Foi decidido repassar as duas moções ao Conselho Geral para Missões Internas, o qual recebeu a delegação de atuar em conjunto com o novo presidente do Sínodo, Dr. Franz Pieper. A Convenção também deu ao Conselho a responsabilidade de levar suas decisões ao conhecimento das congregações e levantar os recursos necessários, junto a elas, para o novo empreendimento missionário.[54]
Dr. Franz Pieper, presidente da LCMS durante a convenção de 1899.

A Convenção Sinodal não resolveu iniciar o trabalho missionário na América do Sul como um resultado de algum pedido direto de alguém da América do Sul, como C. H. Warth sugere.[55] Não há evidência para manter a tese de que a decisão da Convenção foi um resultado do pedido de Brutschin.[56] Antes, a Convenção agiu como resultado de um senso de obrigação em relação aos irmãos luteranos alemães que estavam em situação de abandono [espiritual]. Não se deve esquecer que a maioria dos membros do Sínodo de Missouri, na época, era de origem germânica e que a língua falada nessa mesma Convenção era, ainda, a língua alemã.

O pedido do pastor Brutschin
A evidência disponível ao autor leva à conclusão de que, logo após a Convenção Sinodal de 1899, e não antes dela,[57] o Departamento de Missão Interna recebeu uma carta do pastor J. Brutschin, diretamente, ou através do pastor a quem ele havia escrito [solicitando a presença do Sínodo de Missouri].

Na época, Brutschin estava morando em Novo Hamburgo e atendia à congregação de Estância Velha. Já havia anos, ele tinha tido contato com dois pastores do Sínodo de Missouri, dos quais recebia publicações do Sínodo de Missouri e concordava com suas posições teológicas.[58] Já antes de 1899, ele tinha manifestado seu desejo de se tornar um membro deste Sínodo. Em 1899, ele resolveu voltar para a sua terra natal, a Alemanha, por causa da saúde debilitada. Ele não quis deixar sua congregação abandonada nem entregá-la para o Sínodo Unido, o Rio-Grandense. Por causa disso, resolveu solicitar um substituto ao Sínodo de Missouri.[59]

A carta na qual solicitava um substituto foi enviada ao Rev. Rademacher, que era pastor em Staplehurst, Estado de Nebraska.[60] A carta chegou às mãos do Departamento de Missão Interna. Essa solicitação direta levou o Conselho a se reunir com ex-membros e com o presidente do Sínodo, Dr. Franz Pieper, com o objetivo de estabelecer a decisão de que o momento de iniciar o trabalho missionário na América do Sul havia chegado. Duas importantes conferências pastorais consultadas sobre a questão tiveram o mesmo posicionamento.[61]

O pedido direto de Brutschin levou o Sínodo de Missouri a iniciar seu trabalho no Rio Grande do Sul e não em outro local na América do Sul. Assim, precisa ser afirmado que foi um pedido para um substituto que determinou a decisão, e não uma solicitação de dinheiro para um par de mulas (pois as do pastor Brutschin tinham sido roubadas).[62] O pastor Brutschin era uma pessoa qualificada para fazer tal pedido por causa da sua posição e do seu padrão moral.

Além da obrigação que sentiu em relação aos luteranos sem igreja na América do Sul, o Sínodo de Missouri tinha o pedido de Brutschin para legitimar o início do seu trabalho missionário.

Pastor Johann Friedrich Brutschin com sua família. Atuou em São Leopoldo, Dois Irmãos, Estância Velha e Novo Hamburgo.


O suporte financeiro para o início do trabalho
Em novembro de 1899, o Departamento de Missão Interna escreveu um artigo no Der Lutheraner, comunicando às congregações a decisão do Sínodo de iniciar o trabalho no Rio Grande do Sul e incentivando-as a contribuir para o empreendimento. O texto concluía com as seguintes palavras: “Avante! Rumo à missão no Brasil! Deus deu a sua bênção para ela.”[63]

A resposta à convocação foi imediata e acima das expectativas. Antes do final de 1899, o tesoureiro do Distrito Oeste enviou 2 mil dólares para o Conselho iniciar o trabalho missionário no Brasil. Os nomes dos ofertantes nunca foram conhecidos.[64]

O prospector[65]
Ao mesmo tempo, o Conselho para Missões Internas procurava uma pessoa com as qualificações necessárias para a difícil tarefa de fazer um levantamento das oportunidades missionárias no Brasil.[66] Este prospector foi encontrado na pessoa do pastor C. J. Broders.

Broders nasceu no dia 22 de novembro de 1867 em Nova Orleans [EUA]. Formou-se pastor pelo Concordia Seminary [Seminário Concórdia] de Saint Louis, Missouri, em 1891. No mesmo ano, aceitou o chamado para ser pastor em Scranton, no estado do Mississippi.[67] Em 1898, serviu em Cuba como capelão dos Estados Unidos na guerra hispano-americana. Em Havana, procurou iniciar uma missão luterana.[68] Retornou para Scranton e, em janeiro de 1900, aceitou o comissionamento do Departamento de Missão Interna para fazer um levantamento das oportunidades missionárias no Sul do Brasil.[69]

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[1] J. L. Mecham. Church and State in Latin America. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 1934, pp. 308.
[2] Ibid., pp. 307, 308.
[3] Ibid., pp. 308.
[4] Hundert Jahre Deutschtum in Rio Grande do Sul, Herausgegeben vom Verband deutscher Vereine Porto Alegre. Porto Alegre: Typographia do Centro, 1924. Daqui em diante citada como Hundert Jahre.
[5] Ibid., pp. 95, 543, 545.
[6] Wilhelm Mahler. “Unsere Mission in Suedamerika”. In: Der Lutheraner, LXXI, 6 de julho de 1915, p. 264.
[7] Ibid., p. 264.
[8] Hundert Jahre, pp. 543–545.
[9] Wilhelm Mahler, “Unsere Mission in Suedamerika”, Der Lutheraner, LXXI (31 de agosto de 1915), pp. 340, 341; Hundert Jahre, p. 188.
[10] Ludwig [Fuerbringer]. “Wie steht es mit unserer Mission in Brasilien?”, Der Lutheraner, LXV (24 de julho de 1900), p. 230.
[11] Wilhelm Mahler, “Unsere Mission in Suedamerika”, Der Lutheraner, LXXI (8 de junho de 1915), p. 223.
[12] Hundert Jahre, p. 467.
[13] Ibid., p. 467.
[14] Ibid., p. 127 ss.
[15] Ibid., p. 127 ss.
[16] Ibid., p. 467.
[17] Ibid., p. 468.
[18] Ibid., p. 468.
[19] Ibid., p. 470.
[20] Ibid., p. 469.
[21] C. H. Warth. Novo Hamburgo e a Igreja Luterana. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia, 1945., p. 12.
[22] Ibid., pp. 8-9.
[23] Ibid., p. 10. Citado de Wilhelm Sihler. Lebenslauf von W. Sihler. Nova Iorque: Lutherischen Verlags-Verein, 1880, II, p. 12 ss.
[24] Ibid., p. 12.
[25] Hundert Jahre, p. 471.
[26] Warth, op. cit., p. 15.
[27] Hundert Jahre, p. 473.
[28] Ibid., pp. 474, 475.
[29] Ibid., pp. 476, 477.
[30] W. Mahler. “Kirchliche Nachrichten”, Evangelisch-Lutherisches Kirchenblatt fuer Suedamerika, I (15 de abril de 1904), p. 94. A partir daqui citado como Kirchenblatt. A edição de 1929 de The Lutheran Churches of the World (editado por A. Th. Jorgensen, F. Fleisch e A. R. Wentz. Minneapolis: Augsburg Publishing House, 1929, p. 383) reconhece a citação e traduz (isto é, não-luterano) deste Sínodo: “Existem três sínodos no Brasil que representam a Igreja Unida (luterana e reformada) da Alemanha. Estes são o Sínodo Geral do Rio Grande do Sul… Luteranos são encontrados nestes grupos, mas o seu número não pode ser afirmado.”
[31] Warth, op. cit., pp. 27–30.
[32] Ibid., pp. 29, 30. Hundert Jahre, pp. 474, 475.
[33] Warth, op. cit., p. 30.
[34] Ibid., pp. 30, 31.
[35] G. St., “Aus Brasilien”, Der Lutheraner, L (30 de novembro de 1894), p. 197.
[36] Warth, op. cit., pp. 30, 31. W. Mahler. “Kirchliche Nachrichten”, Kirchenblatt, I (15 de abril de 1904), p. 94.
[37] J. L. Mecham. Op. cit., pp. 322, 323.
[38] Ibid., p. 323. H. G. James. The Constitutional System of Brazil. Washington: Carnegie Institution of Washington, 1923, pp. 139, 140.
[39] J. L. Mecham, op. cit., p. 326.
[40] H. G. James, op. cit., p. 141.
[41] Ibid., p. 141.
[42] W. G. Polack. The Building of Great Church. 2ª ed., revista e ampliada. Saint Louis: Concordia Publishing House, 1941, p. 162.
[43] Walter A. Baepler. A Century of Grace. A History of the Missouri Synod – 1847–1947. Saint Louis: Concordia Publishing House, 1947, p. 179.
[44] Ibid., pp. 179–185. W. G. Polack, op. cit., pp. 165–168.
[45] L. [Fuerbringer]. “Brasilien”, Der Lutheraner, LV (30 de maio de 1899), pp. 98, 99.
[46] L. Fuerbringer. “Geistliche Not in Brasilien”, ibid., I (2 de janeiro de 1894), p. 31.
[47] L. Fuerbringer. “Innere Mission in Suedamerika”, ibid., LV (7 de março de 1899), p. 47.
[48] L. Fuerbringer. “Geistliche Not in Brasilien”, ibid., I (2 de janeiro de 1894), p. 31. G. S[toeckhardt]. “Aus Brasilien”, ibid., L (30 de novembro de 1894), p. 197. L. Fuerbringer, “Ausland”, ibid., LIV (5 de abril de 1898), p. 62. L. Fuerbringer. “Innere Mission in Suedamerika”, ibid., LV (7 de março de 1899), p. 47.
[49] L. “Church news and comment”. The Lutheran Witness, XV (21 de janeiro de 1897), p. 127. “Missionary Department”, ibid., XVI (21 de janeiro de 1898), p. 123.
[50] L. [Fuerbringer], Der Lutheraner, LV (2 de maio de 1899), 83. Ibid., LV (30 de maio de 1899), pp. 98, 99.
[51] Luther-Kalender fuer Suedamerika auf das Jahr 1951, XXI, editado por A. Lehenbauer e P. Schelp. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia, 1951, p. 40.
[52] Ibid., p. [Schelp], “Doktor H. C. Schwan”, Kirchenblatt, XXXVII (15 de julho e 1 de agosto de 1947), p. 103.
[53] Louis Lochner, Karl Schmidt e C. A. Eseman. “Sollen wir in Suedamerika, sonderlich in Brasilien, das Werk der Inneren Mission in Angriff nehmen?”, Der Lutheraner, LV (28 de novembro de 1899), p. 217.
[54] Vierundzwanzigster Synodalbericht der Allgemeinen deutschen evangelisch-lutherischen Synode von Missouri, Ohio und andern Staaten, versammelt als Neunte Delegatensynode zu Saint Louis, Missouri, im Jahre 1899. Saint Louis: Concordia Publishing House, 1899, pp. 68, 99.
[55] C. H. Warth. “Igreja Evangélica Luterana”, Enciclopédia Rio-grandense, editada por Klaus Becker. Canoas: Editora Regional, 1957, IV, p. 239.
[56] L. Lochner e outros. Der Lutheraner, LV (28 de novembro de 1899), pp. 217, 218.
[57] Ibid. Cf. C. H. Warth, Enciclopédia Rio-grandense, IV, p. 239.
[58] L. Lochner e outros. Der Lutheraner, LV (28 de novembro de 1899), p. 218.
[59] Ibid., p. 218.
[60] Luther-Kalender fuer Suedamerika auf das Jahr 1951, XXI, p. 40.
[61] L. Lochner e outros. Der Lutheraner, LV (28 de novembro de 1899), p. 218.
[62] Ibid. A história das mulas roubadas, contada em Lutheran Churches of the World, é questionável. Não existe referência anterior a ela do que a relatada pelo Dr. F. C. Streufert. Hanns Lilje e outros. Lutheran Churches of the World. Minneapolis: Augsburg Publishing House, 1957, p. 299. F. C. Streufert. My trip to South America. Saint Louis: Concordia Publishing House, ca. 1948, p. 7.
[63] L. Lochner e outros. Der Lutheraner, LV (28 de novembro de 1899), pp. 217, 218.
[64] F. P. “Innere Mission in Suedamerika.” Ibid., LVI (9 de janeiro de 1900), p. 7. Karl Schmidt, que na época já era membro do Conselho para Missões Internas, escreveu nove anos mais tarde que “um leitor no leste – não conheço o seu nome, Deus o conhece – logo deu $2.000.00”. Karl Schmidt. “Gute Nachrichten fuer Brasilien und Argentinien”, Ibid., LXVII (7 de março de 1911), p. 74.
[65] Este nome é derivado de sua missão: fazer um levantamento para avaliar os prospectos para o trabalho missionário.
[66] L. Lochner e outros. Ibid., LV (28 de novembro de 1899), p. 218.
[67] Microfilme de registro de pastores falecidos do Sínodo de Missouri”, arquivado no Concordia Historical Institute, em Saint Louis, Missouri.
[68] Louis Lochner, K. Schmidt e C. Eseman. “Unsere Mission in Brasilien”. Der Lutheraner, LVIII (1 de outubro de 1901), p. 307.
[69] Louis Lochner. “Innere Mission in Suedamerika”. Ibid., LVI (23 de janeiro de 1900), p. 23.

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